sexta-feira, julho 18, 2008

Valorização da habitação no Algarve beneficia do arrefecimento em Espanha

De acordo com o Índice Confidencial Imobiliário (ICI), uma medida da valorização da habitação, o mercado habitacional algarvio dá sinais de poder ser beneficiado com o arrefecimento sentido em Espanha, sendo uma das regiões nacionais que mais tem acentuado o seu ritmo de valorização nos últimos meses. Em Maio, a habitação no Algarve valorizou 4,4% em termos médios anuais, superando zonas de maior valor como as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. O segmento dos fogos novos foi o que registou um maior ritmo de valorização, passando para terrenos positivos, depois de uma taxa de valorização média anual de -3,3% em Janeiro deste ano.
o stock final de oferta de habitação ascendia a 18,9 mil, um volume de oferta correspondente a 6% do parque habitacional da região, que nos últimos Censos (2001) se estimava rondar os 325 mil fogos. Os mesmos dados revelam que os concelhos de Albufeira, Olhão e Portimão são aqueles onde a taxa de oferta apresenta valores mais elevados, traduzindo um maior volume de oferta de alojamentos face ao parque habitacional existente. Albufeira lidera a lista, com uma taxa de oferta de 10%. Olhão, Portimão e Faro estão também acima da média do mercado (6%), enquanto que os restantes concelhos registam taxas de oferta abaixo desse valor. O ritmo de valorização do mercado residencial continuou a acelerar em Maio, registando uma variação mensal de 0,4% e uma taxa de valorização média anual (que compara a variação média do índice nos últimos 12 meses face aos 12 meses anteriores) de 2,1%, esta última traduzindo um aumento de 0,3 pontos percentuais face ao valor registado em Abril. Especialmente importante por coincidir com um período de incerteza e instabilidade macroeconómica, esta performance revela uma evidente recuperação do ICI, também visível na taxa de variação homóloga (apurada pelo confronto do ICI no mês de Maio face a Maio do ano anterior), que ascendeu a 4,2%. Esta taxa duplicou nos últimos quatro meses, um registo que, a manter-se, permitirá antever taxas de valorização anuais acima dos 3% em 2008. O segmento de habitação nova é o principal motor para esta performance, ainda que os fogos usados tenham igualmente registado um comportamento melhorado. Verifica-se um aumento do prémio nos valores praticados nos fogos novos face aos usados, que num ano passou de 13% para 17% e que foi especialmente sentido na Área Metropolitana do Porto. De acordo com o Índice Confidencial Imobiliário, estes dados traduzem uma realidade segundo a qual a construção nova, que tem vindo a reduzir, se orientar fundamentalmente para a gama alta do mercado. Todo este enquadramento explica a razão pela qual o mercado de novos registou, em Maio, uma taxa de valorização média anual de 2,3%, devendo subir de forma rápida, mercê de uma taxa homóloga que atinge já os 5,4%. No caso dos usados, a valorização média anual em Maio foi de 1,8%. O Índice Confidencial Imobiliário é a mais longa série sobre imobiliário em Portugal e o seu início remonta a Janeiro de 1988. Trata-se de um indicador de inflação do valor da habitação em oferta no Continente, assentando numa metodologia que contempla procedimentos de ajustamento de qualidade (via estratificação e estimação de preços hedónicos), minimizando o impacto da alteração temporal do mix de oferta. O ICI recorre à informação disponível no portal imobiliário LardoceLar.com, que em 2007 registou um total acumulado de 450 mil imóveis, provenientes de 1.388 empresas de mediação. Para além do Continente, o índice incide sobre a Área Metropolitana de Lisboa, a Área Metropolitana do Porto, as regiões Norte, Centro, Alentejo e Algarve.

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