segunda-feira, outubro 29, 2007

"Low cost" já representam 30 por cento do tráfego aéreo

Com o arranque do calendário de Inverno da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) vão sair reforçadas as ofertas que as companhias aéreas de baixo custo fazem nos aeroportos portugueses.

Desde ontem, o aeroporto de Lisboa já recebe as operações de 12 companhias "low cost" (LCC), com a chegada da SkyEurope e dos voos para Viena; e com as novas ofertas da Easyjet, a partir de hoje, para Londres, Bristol, Liverpool e Madrid, a Portela conseguiu, neste mês de Outubro, 28 novos destinos oferecidos por três LCC - EasyJet, Skyeurope e Vueling.

A EasyJet é uma das mais activas neste arranque de calendário, com a estreia no Porto das ligações para Basileia e Genebra, e do Funchal para Londres e Bristol. No Porto, a Ryanair começou ontem a voar para Estocolmo, Pisa e Valência e a Volareweb iniciou a sua rota para Malpensa (Milão).

Até ao mês de Abril, e a entrada de um novo calendário IATA, há mais anúncios e vão-se sucedendo mais rotas, como aquela que em Abril a EasyJet arranca no Porto, com ligações para Paris e para Lyon.

Esta efervescência vem confirmar Portugal como um importante mercado, tanto emissor como de destino das rotas europeias, que, com o advento das companhias "low cost", ficaram completamente redesenhadas. Primeiro porque começaram a oferecer destinos que até então as companhias aéreas regulares não trabalhavam; depois, porque começaram a entrar também nesses destinos e a "democratizar" o acesso ao transporte aéreo.

A importância de Portugal neste mercado, pode ser aferida também por outro tipo de indicadores. As previsões mais optimistas dos consultores internacionais que acompanham a evolução das companhias "low cost" e o peso que estas têm no tráfego aéreo indicavam que em 2010 teriam uma quota de mercado de cerca de um terço.

Em Portugal já quase lá chegaram, quando ainda o ano de 2007 ia a meio: segundo os dados da empresa que gere os aeroportos nacionais, a ANA, e que se reportam até ao mesmo de Julho de 2007, as companhias aéreas "low cost" que operam nos aeroportos portugueses já representam 30,4 por cento do tráfego aéreo regular e 27,3 por cento no tráfego comercial.

Três em cada dez

Assim, em cada dez aviões que se movimentam nos aeroportos nacionais, três são de companhias aéreas "low cost". Uma característica deste segmento do mercado da aviação prende-se com a sua volatilidade. A história das "low cost" pode começar pelo resultado: a Ryanair já é a líder mundial de passageiros transportados em rotas internacionais. Segundo a World Air Transport Statistics, a "low cost" de Michael O"Leary transportou 40 milhões de passageiros em 2006, ultrapassando a alemã Lufthansa, que transportou 38 milhões. A EasyJet ocupa o sexto lugar do ranking mundial, com 21 milhões de passageiros transportados em 2006.

Mas a historia das "low cost" também pode ser feita de casos de falências, fusões e aquisições, sendo esperados muitos mais movimentos nos próximos anos.

Como exemplo de falência pode ser dado o caso da Fly Me, uma empresa sueca fundada em 2004, que voava para sete países europeus (Espanha, França, Grécia, Itália, Reino Unido, República Checa e Turquia) e que faliu em Março deste ano.

Como aquisição, o exemplo da FlyNordic, fundada em 2000 pela Finnair (a companhia regular finlandesa), e comprada em Abril deste ano pela Norwegian, que também voa para Portugal.

No mercado português, a história das "low cost" faz-se ainda e sempre com casos alheios, já que não existe nenhuma fundada em Portugal. Para já são casos de sucesso: em cinco anos, o número de LCC registados pela ANA duplicou (eram 12 companhias em 2002, hoje são 25), e o peso que têm no tráfego regular triplicou: representavam 9,6 por cento em 2002, hoje em dia asseguram os já referidos 30,4 por cento.

No relatório sobre a evolução do tráfego comercial dos aeroportos no primeiro semestre deste ano, a ANA apontava a "trajectória bastante positiva" do segmento low cost, por esta ter crescido perto de 40 por cento nos lugares oferecidos, conseguindo uma taxa de ocupação média por aeronave movimentada de 170 lugares.

Estes números foram conseguidos muito à custa dos gigantes do mercado e que oferecem várias rotas a partir dos aeroportos nacionais. A EasyJet é, segundo a ANA, responsável por 24,2 por cento do tráfego registado (até Julho deste ano transportou 893.186 passageiros); a Ryanair assegura uma quota de 16 por cento (transportou 588.372 passageiros). Os principais mercados operados por companhias "low cost" em Portugal são o Reino Unido (40,2 por cento), a Espanha (17,1 por cento) e a Alemanha (14,7 por cento).

Fonte: Publico.pt

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